Você é um TAGfish?

Flush: Os 7 sinais de um TAGfish
Daniel Skolovy (traduzido por Flush79)

Todo mundo sabe que o pôker online de hoje está lotado de jogadores denominados tight-agressivos (também conhecidos como TAGs).

Mas, juntamente com esses bons TAGs, que, de fato, fazem muito dinheiro no pôker, há também um crescente número de jogadores regulares break-even ou levemente perdedores: os TAGfish.

À primeira vista, pode ser difícil distinguir um TAGfish de um regular vencedor. Ele senta-se na mesa com 100 big blinds, sempre está com o stack completo, tem estatísticas razoavelmente boas e joga o que ele imagina ser um bom pôker. Entretanto, parece não conseguir ganhar de maneira consistente.

Isso acontece porque o pôker é muito mais do que apenas ter boas estatísticas. É um jogo mental, que deve ser pensado; não basta apenas imitar o que se leu por aí e passar a agir como se fosse uma máquina de fazer dinheiro. É necessário que um jogador seja capaz de aplicar o que aprendeu e tomar boas decisões em todos os momentos em que a ação da mão está sobre ele.

Mas isso não acontece com o TAGfish. Ele apenas joga o mesmo jogo o dia todo, diariamente, não importando a situação. Ele eternamente perde ou fica break-even, pensando que o motivo para isso é o fato de ser o jogador mais azarado do planeta Terra.

Os sinais que identificam se você é um desses caras são os seguintes:

1) Você pensa sobre o range de seu oponente, mas nunca sobre o seu próprio

Todo mundo sabe que você deve tentar colocar seu adversário em um range. É uma das habilidades mais básicas do pôker.

Mas o TAGfish faz isso sem pensar na sua própria mão. E é óbvio que um oponente vai jogar a mão dele de diferentes maneiras, de acordo com o que ele acha que você tem.

O fato é que você nunca conseguirá colocar de forma precisa seu adversário em um range de mãos sem antes imaginar como o seu próprio leque de mãos está sendo avaliado por seu adversário.

2) Você usa de forma errada aquilo que aprendeu

Um TAGfish tenta aprender a jogar um pôker melhor. Ele assiste a vídeos, lê artigos e estuda o jogo de forma intensiva. O problema é que ele utiliza de maneira errada as informações que aprendeu.

Ele aprende que dar uma continuation bet (c-bet) no flop e desistir em seguida é algo ruim, então, sempre vai apostar de novo no turn (jogada conhecida como second barrel), mesmo não tendo draw para nada.

Ele aprende que, para explorar jogadores que c-betam muito, pode blefar no flop e ganhar o pote no turn após o check do adversário (jogada chamada de float). O grave problema é que ele faz o float com mãos sem perspectiva nenhuma de melhora, em vez de usar gutshots ou backdoor flushes ou straights, por exemplo.

Ele aprende que dar 3-bet light (blefe em que o jogador aplica um re-raise no adversário mesmo sem ter algo forte na mão) é lucrativo, mas faz isso sem levar em conta a frequência com que seu oponente dá call nessas 3-bets. E pior: ele dará esses 3-bet lights com mãos erradas.

Ele aprende as coisas pela metade. O TAGfish sabe o que fazer, mas ele faz na hora errada e contra os adversários errados.

3) Você dá call com as mesmas mãos no cut-off e no botão

Um TAGfish trata o cut-off e o botão como se fossem uma coisa só. Se um oponente dá raise de uma oposição inicial, ele dará call no cut-off com 96 suited, pensando que isso é perfeitamente justificável, já que estará em posição sobre o adversário.

O problema é que há ainda o cara no botão, que vai agir depois dele. E se esse jogador for minimamente bom, fará da vida do TAGfish um inferno na Terra. Sim, pois esse jogador no botão pode 3-betar o TAGfish sempre que este der call com sua mão fraca e especulativa, além de ter a possibilidade de dar call e roubar o pote após o flop.

Um bom TAG tira proveito da posição no botão; um TAGfish é explorado pelo jogador no botão.

4) Você superestima suas odds implícitas

Um TAGfish pensa que, todas as vezes em que tiver o nuts, ganhará o stack inteiro do oponente. Ele imagina que, se der call estando nos blinds com um pocket pair e conseguir um set no flop, ele vai stackear o dinheiro todo do adversário.

Então, seu roteiro é sempre o mesmo: ele dá call com suas mãos especulativas e check/fold quando erra o flop. E não entende quando finalmente consegue uma boa mão e aposta, seu adversário folda.

O TAGfish gasta quase toda sua stack tentando acertar esse tipo de mão, mas então, quando ela acontece, ele nunca consegue ganhar todo o dinheiro que gastou tentando.

5) Você tem leaks no jogo pós-flop

Um TAGfish geralmente joga um bom pré-flop. Na verdade, é quase um mestre nisso. Ele sabe, por exemplo, que não pode entrar de limp com Q9 off-suited e achar que ganhará dinheiro com isso. Ele também sabe que deve dar raise por valor quando tem AK. O problema é que, quando vem o flop, seus erros começam a se acumular.

Saber quando foldar pré-flop é fácil, mas saber quando foldar um top pair com kicker ruim não é. Da mesma forma, é difícil também saber quando dar um double barrel ou um triple barrel (apostar também no river, depois de ter apostado no flop e no turn).

O TAGfish muito frequentemente joga apenas suas próprias cartas e não avalia de maneira suficiente a situação da mão ou seu adversário.

6) Você olha para cada decisão como algo independente do resto

Um TAGfish, de repente, se depara com uma decisão difícil e então pensa: “Velho, esse board está complicado. Que diabos eu devo fazer aqui?”

O problema não está na situação em si, mas no que ele fez anteriormente na mão e que acabou por levá-lo a essa situação difícil.

Ele não tem um plano para jogar aquela mão. Apenas age e só depois tenta imaginar o que fazer. Ele joga com base em reações, e não em ações.

7) Você tilta muito

Um TAGfish não tilta demais no sentido estrito do termo, mas quando ele está perdendo, não consegue mais jogar seu melhor pôker. Isso se traduz em tomar decisões apressadas, ligar o piloto automático e, pior de tudo, jogar por muito mais tempo do que deveria.

Esse tipo de jogador adora tentar recuperar o que perdeu; se for preciso, vai jogar o dia todo correndo atrás do prejuízo, mesmo que isso signifique jogar em um nível bem pior do que faz normalmente.

Mesmo quando ele tem um dia vencedor, logo para de jogar ou então joga sessões pequenas, tendo ganhos minúsculos.
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Se tudo isso parece ser você jogando, não se preocupe. A síndrome do TAGfish tem cura. Concentre-se em fazer a melhor decisão sempre que a ação da mão estiver sobre você, use o tempo necessário para isso. Algumas vezes, a melhor jogada possível não surgirá na sua mente em 2 ou 3 segundos.

Quando você dá o seu máximo para pensar a respeito dos benefícios de cada possível decisão que pode fazer, tenha certeza de que estará tomando mais decisões boas do que ruins.

Se você quer ganhar mais dinheiro – e parar de ser um TAGfish -, é a partir desse ponto que você deve começar.

afsalagoas: LOLLLLLLLLLLLLL!

Rapaz, não sei se esse texto surgiu da terra ou de outro planeta. Uma coisa eu sei, muito bom.

Agora eu surgiro a você flush79, colocar junto um mini-glossário para os termos técnicos, tipo range, gutshots e etc.

Ajudando o pessoal que não tem noção com os termos.

GG!

Me senti dentro de algumas partes desse texto.

Dieisonstein: //pokerdicas.com/forum/discussao-geral-sobre-poker/4244-traducao-7-sinais-que-voce-um-tagfish.html

Ops;

Cebola: ae flush, ja tinha a tradução aqui no fórum…

inclusive, eu que traduzi 😀

Flush: Poxa, Cebola, uma pequena que sua tradução tenha se perdido no meio dos posts. É um ótimo artigo.

Pelo menos os PDers têm duas traduções para escolherem. 😀

Cebola: Poxa, Cebola, uma pequena que sua tradução tenha se perdido no meio dos posts. É um ótimo artigo.

Pelo menos os PDers têm duas traduções para escolherem. 😀
uma pena mesmo, mas eu vou dar um jeito nesses probleminhas, já sugeri um negocio uma vez e ninguem falou nada, faço eu 😀

btw, acho que algum moderador vai acabar excluindo ou bloqueando seu artigo =/

Marcelo: Como o tópico é repetido, tenho que trancar, o que é uma pena pelo trabalho do Flush.

De qualquer forma, foi bom para eu lembrar deste assunto, pois pretendo promover este texto para o portal do PD.

Autor original: Flush.

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